Vamos? Para onde?

Depois de termos em mãos os nossos passaportes carimbados com os vistos, passamos por momentos de grandes reflexões, sobre o que eu queria, sobre o que o Cris queria. Uma coisa estava certa: um plano deste é um plano para dois. Nós somos as bases de nossa pequena família. Se vamos encarar esta aventura, vamos encarar juntos. Tipo na alegria e na tristeza...para nenhum dos dois culpar o outro depois pelos possíveis erros, decepções, fracassos.
Foi o momento de solidificar objetivos, vontades, sonhos, emoções, realidades, visões de mundo.Depois de alguns altos e baixos e muitas conversas, decidimos encarar a bronca: VAMOS!
Acreditamos que, para fazer uma mudança destas, há um tempo certo na vida pessoal e na vida familiar. E chegamos à conclusão de que a nossa hora é agora. Não queremos perder a oportunidade e depois ficar pensando como teria sido: vamos ver como vai ser! Viver, simplesmente. Cada hora, cada dia, cada semana... O futuro? A Deus pertence!
Então vamos. Mas... para onde exatamente? O Canadá é um país enorme, e, como resolvemos fazer o visto na categoria federal, poderíamos escolher qualquer cidade do Canadá, em qualquer província. Detalhe: Eu e o Cris havíamos estado em Toronto durante duas semanas em Janeiro (graças ao nosso bom amigo Marcelo, que emprestou seu apartamento com todo carinho!! Valeu, guri!!!)
Então, passamos este tempo lá imaginando-nos como moradores da cidade: transporte público, compras à pé, com vento, neve e frio. Deu para sentir levemente o que é morar lá! Ainda bem que em todo o lugar é quentinho, só na rua mesmo é que o frio pega!!! E, como na rua o frio pega mesmo, vimos que não tem como morar no inverno em uma cidade menor, onde não haja uma boa estrutura de transporte, uma vez que optamos por não ter carro no início, enquanto ainda não tivermos empregos. Só para exemplificar, nesta viagem fomos visitar duas cidades menores, onde não há metrô, só ônibus. E ficamos 20 minutos parados na neve, literalmente, sem nada acima das nossas toucas!!! Aí...por favor...acho que não sou tão casca grossa, nem tão aventureira assim! hehehe...
As escolhas de cidades então foram se restringindo aos grandes centros das províncias. Não era o que eu queria exatamente, a príncípio. Gosto de uma vida mais calma, um tanto quanto bucólica...Mas...não sou sozinha, não vou sozinha. Temos que pensar em conjunto, no todo, o que é melhor para todos. E decidimos que, no início, pelo menos, iríamos escolher cidades maiores, mais estruturadas, mais acostumadas com a dinâmica dos "newcomers" (termos que os canadenses utilizam para designar as pessoas que moram no Canadá há menos de cinco anos).
Calgary, Edmonton, Vancouver, Ottawa, Toronto. E, novamente, consultamos o nosso clínico preferencial deste projeto: Dr. Google.
Para acabar esta enrolada toda que estou fazendo hoje, só quero deixar registrado o comentário da nossa filha de 9 anos, Júlia, quando, escutando nossas conversas sobre as cidades e descobrindo que em Vancouver raramente nevava, ela disse, indignada: Ah, não! Eu estou indo para o Canadá para viver novas aventuras, conhecer novos amigos, aprender inglês E VIVER ONDE TENHA NEVE!!! Me poupe!!! hahaha
Encerrando este relato, que está quase virando um livro, conto que optamos por ficar em Toronto, por vários pequenos motivos. Opção de chegada, cena 01, gravando...depois vemos como ficou o filme!!!